O rompimento da barragem em Mariana, Minas Gerais, ocorreu na tarde de 5 de novembro de 2015, causando o maior desastre ambiental da história do Brasil. A barragem do Fundão era controlada pela mineradora Samarco, um empreendimento conjunto entre a mineradora brasileira Vale S.A, e a anglo-australiana BHP Billiton.
Os impactos humanitários e ambientais são irreparáveis: foram 19 mortes, centenas de casas destruídas e aproximadamente 60 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério derramados na bacia do Rio Doce O rio abrange 230 municípios que utilizavam seu leito como meio de subsistência.
“Os peixes foram embora, e temos medo de comer quando conseguimos pescar”, disse à DW Brasil [1] o cacique Carai Iperu. “Tiraram nossa liberdade”, comenta sobre o receio de pescar no rio Piraquê-Açu.
A lista de problemas de saúde dos atingidos também é preocupante. São inúmeros casos de transtornos mentais e psicológicos, problemas dermatológicos e respiratórios, problemas de estômago, alegações no aumento da incidência de câncer e diversos outros.
Quatro anos após o desastre, as vítimas ainda aguardam pelo pagamento de seus direitos, mas sentem que as mineradoras e a Fundação Renova – criada para reparação dos danos ambientais e indenização dos afetados – têm tentado protelar esse processo. [2] “A gente vê que a estratégia das empresas vem funcionando no sentido de cansar as pessoas e não dar uma solução adequada”, lamenta Mauro Marques da Silva, comerciante e uma das vítimas do desastre.
A ação coletiva corre na corte inglesa, país de origem da BHP, e é organizada pelo escritório PGMBM Law, reunindo mais de 200 mil vítimas e organizações afetadas pelo estouro da barragem da Samarco. A expectativa é de o processo na Inglaterra permita às pessoas representadas uma compensação apropriada, em tempo hábil, e que a justiça contra as grandes mineradoras seja alcançada.
[1]https://www.dw.com/pt-br/a-espera-por-reparação-quatro-anos-após-a-tragédia-de-mariana/a-51116399
[2]https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2019/11/05/quatro-anos-depois-do-desastre-em-mariana-vitimas-ainda-tentam-receber-casa-definitiva.ghtml