Tribunal de Londres acelera o Caso Mariana e marca audiência da segunda etapa para julho

11 de junho de 2025

Em preparação para a segunda etapa do julgamento do caso Mariana na Inglaterra contra a empresa de mineração BHP, o Tribunal Superior de Londres agendou uma audiência da Conferência de Gerenciamento de Caso (CMC) para 2 e 3 de julho. O agendamento da audiência para o primeiro semestre de 2025 - e mesmo antes de uma decisão sobre a responsabilidade da BHP - é mais uma indicação da velocidade e da prioridade que o tribunal inglês deu ao caso Mariana.

O escritório de advocacia internacional Pogust Goodhead, que representa aproximadamente 620.000 indivíduos afetados, 31 municípios, comunidades indígenas e quilombolas, empresas e autoridades públicas, bem como a mineradora anglo-australiana BHP, a ré no caso, participará da CMC. A audiência determinará os passos processuais para a segunda etapa do julgamento de Mariana, que tratará dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão e da indenização a ser concedida no caso de uma conclusão de responsabilidade. Essa segunda etapa está atualmente programada para começar em outubro de 2026.

Entendendo os procedimentos

A primeira etapa do julgamento, referente à responsabilidade da BHP pelos eventos que levaram ao colapso da barragem em 2015, foi concluída em 13 de março. A decisão da Sra. Justice Finola O'Farrell é esperada para meados de 2025.

A segunda etapa - prevista para começar em outubro de 2026 - se concentrará na comprovação das consequências do rompimento da barragem de Fundão e na ligação entre o desastre e as perdas sofridas pelas pessoas afetadas.

O CMC de julho servirá para chegar a um acordo sobre a estrutura do segundo julgamento, incluindo seu escopo e formato, bem como o cronograma processual, os prazos para a divulgação de documentos e as providências para a prova testemunhal e pericial.

Estágio dois: danos

A segunda etapa do julgamento do caso Mariana abrangerá:

(i) Os princípios legais brasileiros aplicáveis para avaliar e quantificar as perdas;
(ii) A extensão física do desastre, incluindo a toxicidade dos rejeitos e as áreas afetadas;
(iii) A quantificação da indenização por falta de água, falta de energia e danos morais coletivos.

Tentativas de adiar

A BHP fez várias tentativas de adiar os processos em Londres, todas sem sucesso. Em maio de 2023, o tribunal inglês recusou o pedido da BHP para adiar o julgamento de responsabilidade até 2025. Em uma nova audiência entre janeiro e fevereiro de 2024, a empresa solicitou um adiamento por tempo indeterminado, que também foi rejeitado.

Em abril de 2024, o tribunal indeferiu o pedido da BHP de que os preparativos para o segundo estágio só começassem após a entrega da sentença do primeiro estágio. Não só esse pedido foi negado, como o tribunal fixou a data para o início da segunda etapa em outubro de 2026.

Detalhes da audiência

Caso Mariana - Conferência de Gerenciamento de Caso (CMC), Segunda Etapa (Julgamento de Danos)
- Datas: 2 e 3 de julho de 2025
- Horário: A partir das 10:00 AM (horário do Reino Unido) (TBC)
- Local: Tribunal de Tecnologia e Construção, Rolls House, 7 Rolls Building, Londres EC4A 1NL

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